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Família! Sabe Por Que Você Não Está Sabendo Lidar Com a Pessoa Com Depressão?

A resposta é simples: Você não está entendendo o que a pessoa com depressão tem.

A partir do momento que você entender que a pessoa com depressão tem uma doença, que é uma doença grave e está relacionada a questões orgânicas, você vai finalmente conseguir lidar corretamente e ajudar essa pessoa.

Como psicóloga eu atendo diariamente pacientes de depressão em meu consultório, assim como você eu também amo alguém com depressão, minha filha. Eu senti na pele o que é não ver melhoras significativas de quem tem depressão.

Esteja você no papel de família de alguém com depressão ou no papel de quem tem essa doença, é imprescindível que você saiba de uma vez por todas o seguinte: o tratamento psicológico e o tratamento psiquiátrico, mesmo quando ocorrendo de forma correta, ainda assim não será eficaz e suficiente se não estiver acompanhado de um suporte da família. Não um suporte qualquer, mas um suporte estruturado.

Esse conjunto de tratamento psiquiátrico, tratamento psicológico e do apoio familiar eu chamo de Tripé do Tratamento da Depressão e não pode de forma alguma ser negligenciado para alcançar melhorias na vida da pessoa com depressão.

O projeto Amo Alguém com Depressão tem a preocupação de abrir os olhos da família e da própria pessoa com depressão para a importância primordial desse tripé. Quando dada a devida atenção a esse tripé, não sendo negligenciado, traz como consequência um ciclo de tratamento de resultados efetivos.

Mas o que é esse suporte estruturado que a família precisa dar?

São estratégias práticas e reflexivas de apoio essenciais para o sucesso desse tratamento.

Você que convive com alguém com depressão pode estar se sentindo impotente diante de um ou mais dos sintomas que a doença traz:
A pessoa com depressão não se levanta da cama, não quer sair de casa, fica desanimada etc.

Você não consegue animá-la, você não consegue ajudar mesmo estando bem intencionada. Isso é desesperador e infelizmente é o que ocorre com 97% das famílias que convivem com alguém com depressão.

Mas calma, tem solução. Você precisa completar o tripé do atendimento com um suporte estruturado. Existe um jeito certo de efetivamente dar apoio a pessoa com depressão sem que você precise mudar sua rotina ou mesmo adoecer durante o processo de tratamento.

Pra começar é muito importante que você compreenda agora mesmo e de uma vez por todas que esse sintoma de apatia ou fadiga crônica que a pessoa com depressão tem, não é preguiça, não é falta de vontade, não é desânimo. Ela não está de querendo se aproveitar do diagnóstico, como pode parecer para muitos e eu sei bem disso. Sabe por quê?

Entenda bem. Esse sintoma de apatia ou fadiga crônica é uma condição psicológica que traz prejuízos físicos.

Na condição psicológica que a pessoa com depressão vive, ela não está conseguindo sentir emoção. Não adianta você falar para ela se animar ou dar a volta por cima. Esse tipo de mensagem definitivamente não funcionar.

Veja só a gravidade desses sintomas:

– Traz desgastes físicos;
– Fraqueza muscular;
– Falta de energia(uma letargia).

Para você ter uma ideia uma pessoa com depressão com esses sintomas precisa de um esforço muito grande para que possa se levantar, andar e caminhar.

Quais são consequências físicas desses sintomas?

Esse sintomas são consequência de uma baixa no número de neurotransmissores, dopamina do prazer, serotonina da alegria e a noradrenalina do comportamento de ação. (Veja aqui um vídeo que falo sobre neurotransmissores)

A baixa dos neurotransmissores compromete não somente o correto funcionamento psicológico, os níveis de energia ou a disposição da pessoa. Mais grave ainda, existe uma síntese que influencia no processo de nutrição, causando deficiência de nutrientes nessa pessoa.

Nutrientes como aminoácidos, vitaminas do complexo B acabam também tendo uma baixa por conta dessa apatia e pela falta ou diminuição dos neurotransmissores do cérebro.

De posse dessas informações você como família passa a entender que essa pessoa não está com preguiça. Ela na verdade está com uma falta de neurotransmissores o que causa todos esses sintomas. É uma condição psicológica grave e que traz prejuízos físicos reais para a pessoa. E ela precisa, portanto de uma avaliação médica e não de críticas.

O Tripé do Tratamento da Depressão: Médico, Psicólogo e Família.

O médico vai avaliar se a pessoa está com carência de nutrientes. Os psiquiatras vão solicitar exames hormonais e/ou nutricionais para verificar o nível de vitaminas no sangue.
Pode ser o caso de receitar uma reposição de vitaminas ou também um tratamento hormonal.

A melatonina, por exemplo, é o hormônio que é liberado a noite e faz a gente tenha condição de pegar no sono toda noite. Em excesso, eles podem causar essa apatia e lentidão na pessoa com depressão ao longo de todo o dia.

Uma pessoa com depressão com graves crises de apatia e fadiga, pode estar com um aumento exagerado desse hormônio. Isso vai causar enorme prejuízo nas atividades diárias. E ela vai precisar muito da sua ajuda prática nesse momento.

Se você que está convivendo com uma pessoa com depressão comece a mudar sua postura.

É Importantíssimo que a família entenda que a condição de uma pessoa com depressão é uma condição grave e crônica. Ela precisa de médico e de terapia. A terapia vai ajudar que a pessoa com depressão conviva e saiba lidar com os prejuízos emocionais e sociais que essa apatia causa. O médico vai tratar as questões físicas dessa apatia. Uma apatia é realmente muito limitante.

Com toda essa dificuldade física e emocional que uma pessoa com depressão sofre imagine como ela se sente tendo alguém da sua família falando:

  • Você tá com preguiça;
  • Levanta daí;
  • Você não está tendo responsabilidade;
  • Você precisa ir à aula;
  • Você tem que trabalhar;
  • Você não colabora com a família…
  • E tantas outras cobranças…

Para que o tratamento da pessoa com depressão seja eficaz é necessário ter a participação da família e de todas pessoas que convivem ela. Todos desempenham um papel fundamental para que a terapia e as medicações tragam efeitos melhores, mais rápidos e mais duradouros para uma vida funcional do paciente.

É Importante que a pessoa com depressão se sinta compreendida, que se sinta ajudada e que você, familiar, entenda o momento que ela está passando.

Dicas práticas para você ajudar o seu o seu familiar que está com apatia crônica:

  1. Entenda que a pessoa com depressão não está com preguiça. Não fique com receio de aliviar a tensão dela achando que ela está fazendo você de boba. Ela não está, ela está doente e com um quadro muito grave que a afeta fisicamente;
  2. Dê o alívio que ela precisa nesse momento que é tirar a culpa que ela carrega por não estar conseguindo reagir ao ver outras pessoas progredindo nos estudos, no trabalho. Ela sentindo que está ficando para trás, qualquer pessoa sentiria isso. Ela não está conseguindo produzir por causa de um desgaste emocional muito forte. Não contribua para que esse quadro piore pois ela já carrega esse pesado sentimento de culpa.
  3. Ajude na organização do seu dia a dia. Como ela está com sintomas de apatia grave, o dia a dia dela está bem desorganizado. Você como familiar pode se fazer de algumas estratégias para cuidar da organização dessa pessoa;
  4. Acompanhe a pessoa com depressão ao médico, nos exames e na terapia;
  5. Vá até a escola e converse com a coordenação;
  6. Se a pessoa com depressão for dona de casa, ajude nas atividades domésticas.

O importante é entender que neste momento não há espaço para cobranças mas sim para colaborar, afinal ela tem uma doença grave e não tem condições de fazer o que normalmente faria em uma condição saudável.

Como eu já disse, a pessoa com depressão precisa de ajuda e não de críticas. Muitas vezes, nas melhores das intenções, estamos fazendo exatamente ao contrário, ou seja, motivando ou dando ordens quando a verdade é que nada disso funciona e ainda traz um efeito contrário.

Por isso é tão importante que você acompanhe o projeto Amo Alguém com Depressão e compartilhe com aquelas pessoas que você sabe que convivem com essa doença.Você pode salvar vidas, afinal, depressão é uma doença grave.

Eu escrevi um livro/e-book que, por enquanto, estou disponibilizando no formato digital GRÁTIS: “Os 3 Maiores Erros que as Famílias Cometem ao ajudar Alguém com Depressão”. São dicas práticas que compartilho e que me ajudaram a ter um grande avanço com meus pacientes e também com a minha filha.

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Rosiléia Lopes - CRP 05/49842 - Projeto Amo Alguém com Depressão

Rosiléia Lopes - CRP 05/49842 - Projeto Amo Alguém com Depressão

Tenho o compromisso de divulgar os benefícios da psicologia como ciência, para promoção de saúde mental, entendendo que somos seres integrais e dotados de uma subjetividade complexa, sendo assim, mostrar que a psicologia nos auxilia a entrar em contato com quem somos de verdade, possibilitando desenvolver o que há de melhor em cada um de nós.

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